Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

Nos dias que correm a segurança e a saúde no trabalho está no topo das nossas prioridades.  Por razões sanitárias, a pandemia de Covid-19 veio obrigar-nos a rever procedimentos e a forma como (vi)vemos o trabalho.

Enquanto boa parte de nós está ainda a adaptar-se às mudanças que ocorreram de forma muito repentina e sem um adequado período de preparação, a covid-19 está a provocar um impacto emocional em todos os portugueses e a venda de antidepressivos e ansiolíticos já disparou em março.

Perante o quadro de incerteza, de crise económica abrupta, de (auto)aprendizagem acelerada de novos comportamentos, as consequências são evidentes: ansiedade,  alterações no sono, queixas de sobrecarga de trabalho, horários que se alargam muito para além do normal, dificuldades acrescidas em conciliar a vida familiar e laboral.

Com o agravamento das consequências sociais e económicas é esperado um aumento de problemas de saúde mental (depressões, surtos psicóticos, suicídios).

As organizações são um contexto privilegiado para a promoção do bem estar e da Saúde Psicológica, que pode traduzir-se em inúmeros benefícios, não só para os trabalhadores, mas também para os empregadores.

Acompanhando a tendência que já se observava, em que os indicadores de riscos físicos se encontravam progressivamente controlados e em quebra acentuada, emergiram agora, de forma muito clara, os riscos psicossociais, afirmando-se não só como uma área de intervenção urgente, mas também eminentemente estratégica.

Urge, assim, atender às dificuldades imediatas que os trabalhadores apresentam, ao mesmo tempo que se impõe a necessidade de se preparar as organizações quer para (sobre) viver neste contexto volátil, quer para antecipar e prevenir crises idênticas.

Para a OIT-Organização Internacional do Trabalho, a chave para lidar com os perigos e riscos psicossociais no local de trabalho é a prevenção por meio de:

  • implementação de medidas coletivas de avaliação e gestão de riscos psicossociais, tal como é feito com outros riscos no local de trabalho;
  • adoção de medidas coletivas e individuais de prevenção e controlo de riscos psicossociais;
  • aumentar as competências dos trabalhadores e respetivas lideranças para lidar com períodos de crise, promovendo o seu controlo sobre as suas tarefas;
  • melhorar a liderança e a comunicação organizacional;
  • permitir a participação dos trabalhadores na tomada de decisões;
  • construção de sistemas de apoio social para trabalhadores no local de trabalho;
  • ter em conta a interação entre as condições de trabalho e de vida;
  • aumentar o valor atribuído à segurança e saúde psicológica dentro da organização.

As organizações devem, por isso,  realizar com urgência avaliações de risco psicossocial, aferindo com instrumentos práticos, e de forma regular, os indicadores de bem-estar e/ou de falta de saúde psicológica.

Esta ação é um imperativo legal (Lei 102/2009), mas é sobretudo uma medida que visa proteger os trabalhadores, salvaguardando o ambiente laboral e a produtividade da organização.

Como tão bem o expressou Teresa Espassandim, “em tempos de caos como os que vivemos, podem estar as sementes da oportunidade que nos conduzem a novas estratégias, novas respostas a problemas e a ampliação de significados pessoais (e até colectivos). No entanto, isso dependerá em grande parte da nossa capacidade para lidar com a incerteza e de resistir a regressar a hábitos inúteis e não saudáveis, superando-nos. Nem sempre o podemos, tão pouco o teremos, de o fazer sozinhos. Mas sendo mais conscientes de nós próprios, também poderemos conquistar alguns territórios de maior liberdade.”

O nosso presente e o nosso futuro são o resultado de uma atitude e de um compromisso diário. Se quisermos ter locais de trabalho mais saudáveis, seguros e felizes, teremos que agir como atores que sabem proteger-se e que se preocupam com o bem-estar de todos.

No dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho precisamos, mais do que nunca,  de transformar a raiva, depressão e imobilismo, em coragem, alegria e solidariedade ativa e responsável.

 

Gaspar Ferreira: Consultor do Infeira. Psicólogo (CP OPP 11013). Especialista em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. Membro da APA-American Psychological Association. Membro da Direção da Delegação Regional Norte da Ordem dos Portugueses.

 

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